MACACO SEM GALHO

Enquanto pesquisava, buscando as diversas formas e definições sobre alguns tipos de Fraseologismo, um deles despertou minha curiosidade pela forte relação, que percebi, com uma determinada figura “ilustre” da nossa cidade, e querida Alagoinhas. O provérbio, “cada macaco no seu galho”, especialmente, me chamou a atenção, percebi que existia algo muito comum acontecendo em nossa historia recente.

Alguns relatos dizem que esse ditado popular surgiu de uma pequena fábula que contava a estória do primeiro contato de um grupo de macacos símios, fugitivos das montanhas, com a mata - a milhares de anos antes de Cristo - e todos eles, eufóricos, subiram numa mesma árvore e uma parte deles se aglomerou em cima de um único galho, que veio abaixo. Daquele momento em diante, o chefe do bando decretou: “Cada macaco no seu galho”, o que também quer dizer - cada um na sua, no seu espaço, pra evitar maiores problemas - e daí foi que me veio à cabeça o quanto é perigoso quem não para em galho nenhum e acaba pulando para o galho de outros e colocando em perigo aqueles que possuem seus espaços, suas posições e crenças.

Coisa triste é quem vive de galho em galho e não possui o seu, mas, pior ainda é aquele que gosta de viver assim, pula pra cá, pula pra lá, sempre buscando ficar bem ou se dar bem, sempre se equilibrando pra não cair do galho de ninguém e se o galho ameaça quebrar, hum...logo encontra outro pra pongar e assim vai levando a vida num eterno vai e vem, não conhece gratidão, muito menos lealdade e, principalmente, nenhum compromisso com os interesses coletivos.

Acho que vocês já estão identificando quem é esse personagem, da vida real, de quem falo neste texto. Sua vida política foi assim, de galho em galho e virando as costas pra quem o acolhera. Iniciou sua vida profissional e política com uma mãozinha de uma família bastante conhecida da nossa cidade, mas, logo tratou de se afastar, se tornando desafeto de quem o ensinou a dar os primeiros passos, meio equivocados, e que continuam assim até os dias de hoje, mas, nessa escola teve muitos professores, cada um parece ter deixado seus exemplos, características e ensinamentos mais peculiares, porem, de tamanho mau gosto. Vou começar a mostrar por onde andou, onde está e para aonde, agora, pretende ir este “primata” - com todo respeito aos símios - contemporâneo. 
   
Foram muitos galhos nesta caminhada cheia de turbulências e desserviços prestados, exemplos categóricos do que não se deve fazer na vida pública, pois, mesmo ganhando algumas disputas, nunca sentiu o sabor de uma vitória, mas, vamos ao que interessa e dá sentido a este singelo texto.

Como disse anteriormente, tudo começou com uma família tradicional da política local, filiado ao PMDB desde 1988, se elegeu Vereador, onde ficou até 1999 e aí, pasmem; PTdoB (1999); PMDB (2000 – 2001); PPB (2001); PST (2001 – 2003); PL (2003); PFL (set.2003 - dez.2004); PRONA (2005); PFL (set.2005 – 2006) e PSDB desde 2007, onde permanece até o momento, não se sabe até quando, pois temos notícias que pretende tirar a democracia da sua próxima agremiação. Esse parágrafo, especialmente, justifica o título desta crônica hilária e trágica ao mesmo tempo, demonstrando a situação vexatória de alguém que não tem motivações, nem convicções ideológicas, sociais, políticas ou partidárias. 
 

Possui ligações com figuras políticas que atualmente encontram-se no poder, como sempre - a exemplo do Governador da Bahia, a quem chama de “amigo pessoal” - dissimuladamente; do ex-ministro de Integração nacional, Geddel Vieira Lima; do Presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, Deputado Marcelo Nilo; do Deputado Federal Juthay Magalhães e do Deputado Estadual Paulo Azi (Este ultimo, ainda na corda bamba, aguardando resultado do julgamento do Gaban, que é ainda, o que está lhe garantindo na ALBA até o momento), porém, em outras oportunidades, andou ao lado de muita gente, como; o finado ACM e também seu Neto, caminhou ao lado de Paulo Souto quando Governador e na eleição de 2010 também; vai que ele se elegesse heim? Aliado do Presidente do PSDB da Bahia, ex-prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy e do ex-ministro de Minas e Energia, Raimundo Brito, dentre outros, os quais, hoje não fazem parte do seu convívio, por não estarem a frente das estruturas de poder.

Esse é o quadro assustador que explicitamos - da movimentação político-partidária dessa figura excêntrica da nossa cidade, que se enquadra perfeitamente no provérbio que utilizamos para contextualizar essa prática, nefasta, no cotidiano promíscuo das relações, hora estabelecidas, no intestino institucional de poder - neste humilde rabiscado. 
 

Apenas quero alertar que, nos mais diversos galhos que se pendurou, muitos se partiram e as quedas foram na mesma proporção, embora, sempre consiga escapar e encontrar guarida nos galhos alheios, nas esferas de poder, com o discurso fácil, demagógico e falacioso, de que seu lado é o lado do povo, não importando as cores partidárias, típico de alguém que não consegue formular uma frase, com sentido e conteúdo, até o seu final e que não possui um projeto que o norteie. 
 

Lamentável a sina da nossa terra, uma cidade detentora de uma história singular, de ilustres figuras que enaltecem nossa memória, mas, que terá de impregnar nos seus anais, um registro maculado da sua recente biografia, com a passagem de uma figura inexpressiva, sem projeto político, despreparado e motivo de piada, nada engraçada, a frente do poder Executivo local, nos brindando com situações vexatórias, para a posteridade.

Ficamos aqui na torcida para que Alagoinhas retome o seu caminho, desviado, pela falsa expectativa e promessas de mudanças e transformações, que ainda não apareceram, nem podia, pois os compromissos feitos para essa empreitada e esse desejo avarento, foram muitos, tantos, que nem mesmo 20 milhões de reais podem pagar, pois, como é de conhecimento de todos (as), já foi aprovada na Câmara Municipal, uma nova autorização para adquirir um empréstimo de mais R$ 8.840.000,00 (oito milhões, oitocentos e quarenta mil reais), junto a caixa econômica Federal. 
 

Que 2012 chegue logo, antes que seja irreversível a situação caótica em que mergulharam nossa cidade. Dividas e mais dividas é a previsão que temos para os próximos 20 anos, isso tudo em menos de três anos, sem trazer a tona os detalhes da situação financeira da nossa Prefeitura, que não é das melhores, basta acompanharmos a situação dos prestadores de serviços da nossa cidade, que é desoladora, da saúde que padece, da educação fictícia, do ilusionismo da infra-estrutura, dos serviços públicos precários e caros, da incapacidade de planejamento, do assistencialismo vergonhoso e humilhante, da cultura, do esporte e do lazer marginalizado e uma gestão inerte, incapaz de dar as respostas aos nossos problemas mais nevrálgicos.

É hora de tomarmos as ruas e desnudar o que existe por trás de tantas mascaras. 

Saudações!