Alagoinhas, o Antigo Testamento, Stalin e a “Malvadeza”.

Sei que você deve estar se perguntando ou querendo me perguntar, que paralelos são esses de, no mínimo, esdrúxula relação? Pois é, não é que neste século a teoria stalinista tem sido muito usada, parece até, como se diz nos termos modistas, customizada e repaginada para a nossa realidade, algo já existente no tempo de Moisés desde a saída do povo de Deus do Egito para a terra prometida como é mostrado nas Escrituras, se não pensas como eu, não tens as mesmas crenças que eu, se não serve ao meu senhor e pode tentar desviar o meu povo dos ensinamentos e dos mandamentos Dele, resta-lhe a sentença de morte ou no mínimo, o expurgo atroz. 
Voltando ao pobre mortal Josef Stalin, revolucionário russo que, assim como o anátema praticado na Bíblia, punia com a morte aqueles que se pusessem contra o seu Projeto, no caso, de iniciar e manter o Socialismo burocrático e de um só País, pois é, tem gente por aqui buscando implantar o culto da personalidade, uma das principais características do stalinismo no inicio do século XX, nos dias de hoje.
Não quero e nem pretendo aqui, fazer criticas ou apontar erros do Camarada, pois seria chamado à atenção pelos comunistas dizendo: Quem é você? E aos gritos: “respeite Josef Stalin, como ousa falar...” Mas Stalin construiu e deixou o seu legado, deu sua grande contribuição para as experiências socialistas e no aprendizado com os equívocos, quando não admitia ser contrariado ou que alguém o apontasse, como viria a se concretizar, no processo de queda, a teoria da revolução permanente de Trótski (sua morte é atribuída a Stalin), a qual, alimento maior simpatia.
Paralelizando com Alagoinhas, percebemos a oportunidade perdida de aprofundarmos, disseminarmos e contagiarmos o Mundo, mas, principalmente o nosso pedaço de Mundo, nossos vizinhos, nossa Região, havida pela contribuição que poderia ser dada se a lógica fosse de construção permanente da transformação e do fortalecimento de uma metodologia ou “jeito de Governar”, que denominamos, Petista.
Não foram poucas as manifestações, de boa parte da região, que entendia a contribuição no alastramento da mudança do comportamento e atitude do povo em relação à política, com o exemplo de uma experiência que vinha dando certo, mas, a visão voltada para dentro, principalmente de si, não permitiu que fizéssemos uma grande revolução, pelo tamanho do significado e não pela dimensão territorial, histórica.  
Sim, mas continuo querendo saber onde entra nossa querida Alagoinhas nesta prosa? Vocês devem estar se perguntando, “ou não”, como diria Caetano. Pois é, por aqui existe um forte resgate desta teoria, podem acreditar, claro que com praticas menos viscerais, más, não menos cruéis e perversas, porem, sem causas tão nobres como as que moviam os bolcheviques. As causas são bem mesquinhas, de uma pequenez bem miúda mesmo (rss), sem respeitar as mínimas regras da lealdade e dos bons, alguns nunca dispensáveis, costumes.
Num determinado pau de arara (não me refiro ao instrumento usado pelos torturadores durante o regime militar no Brasil), não ficou ninguém, nem mesmo aqueles que iniciaram essa árdua viajem em busca da chegada, coletiva! Que na verdade era pessoal, individual e intransferível. Como Stalin, mal comparando claro! Perseguiu, humilhou, despojou, trucidou e sepultou os mais bravos, leais e uteis, quando conveniente, passageiros durante esta longa estrada e que neste momento real, já se encontra num outro patamar, numa nova viajem, porem, no nosso caso domestico, de Jatinho e não mais dependurado na carroceria de uma jardineira Chevrolet 1919, esvaziada e obsoleta, porem, aqueles que caíram no caminho estão com um desejo de enfrentar um ciclo Fênix e de um momento inolvidável, como diria um "igrejeiro", operário, ferroviário e militante amigo meu, de ressureição.
Sei que é muita coragem ousar falar sobre Antigo Testamento, Stalin, Revolução, Trótski, Socialismo e o comportamento humano, principalmente por não ser especialista nestes assuntos, mas, não me permito ficar calado diante de um filme que, aparentemente, muitos já assistiram e eu, sinceramente, não sou muito chegado a reprises e me colocarei incondicionalmente no sentido contrário a qualquer onda que se aproxime, até mesmo uma marola, tentando levar nossa história e contribuição dadas ao longo dos anos e da vida.
Acredito na Democracia como caminho para o Socialismo, etapa fundamental a ser respeitada e sustentada por aqueles que não admitem nenhum tipo de ditadura, seja ela qual for, principalmente, aquela que se aproxima da “Malvadeza”, Malvadeza esta, que a Bahia conhece e disse que não queria mais nas duas ultimas eleições Estaduais e aí, encontrar guarida, logo por aqui, em Alagoinhas! Historicamente uma cidade de oposição a este sistema perverso imposto neste Estado por mais de 30 anos, já é demais, para simplesmente me eximir do enfrentamento e da luta contra esse retrocesso, mesmo que este retrocesso esteja sendo conduzido por aqueles que, outrora, o enfrentou e o fizera tombar.
O título: Alagoinhas, o Antigo Testamento, Stalin e a “malvadeza”, é um chamado a reflexão para aqueles que querem, a frente da nossa luta, lideres que nos honre, nos motive e faça valer a pena entregar a vida, pois, ao final saberemos que foi por uma causa justa e nobre, sempre em defesa da coletividade e do povo oprimido e injustiçado e não pelo sonho, particular de alguém, que ao final, intrinsecamente, foi sonhado só.
  
Saudações Socialistas!

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8 comentários:

amilton disse...

Cara,
Esse é um bom texto. E merece uma profunda reflexão.

Marilucia disse...

Realmente um excelente texto, bem profundo, marcante, uma retórica, segundo Aristóteles.

Até breve!

Unknown disse...

Que bom que o objetivo tem sido atingido.

Sobre Aristóteles, o conteúdo abriga os três gêneros fundamentados por ele em relação à retórica: O deliberativo, Judiciário e o Epidítico. Porem, o senso comum é que me tem norteado na elaboração dos textos.

Até o próximo texto que será postado amanhã.
Diariamente teremos um texto aqui, expondo uma visão relacionada a variados temas, porem, em constante mudança, nada aqui está pronto e acabado, nem mesmo eu como Cidadão do mundo.

Saudações!

Amilton Alves disse...

É evidente que os tempos são outros. Em nome do poder e do dinheiro alguns usam a luta e as bandeiras que ao longo da história nos fez lutar por dias melhores. E mais ainda, se utilizam do discurso de que houve mudanças e que é preciso evoluir. Evoluir pra onde? Para os acordos sórdidos, nefastos e criminais? Lembrando tudo em nome do poder e do dinheiro. E com isso justifica-se tudo. (MARX deve esta se revirando na cova).
Alexandre meu amigo, este povo come, dorme e respira Maquiavel. Talvez construam com suas práticas algo superior a Maquiavel.

Unknown disse...

Acho que vou ler um pouco mais as publicações de Maquiavel! Como dizem por aí: "leia a Bíblia." rss

Marilucia disse...

Hum...os comentários chegaram a um nível excelente, de um lado o Aristóteles que definiu a política como a mera extensão da ética e de outro lado, o Maquiavel que separava completamente a política de de todo o resto, a política para ele era apenas "conquistar e manter o poder ou a autoridade". Maquiavel em sua obra "o Principe" infelizmente continua presente em nossa sociedade.

Mais uma vez parabéns pelo texto e quanto ao MARX ele já cansou de se revirar, poucos lembram dele.

Abraços

Edinaldo Oliveira disse...

Meu caro Alexandre,
Eu iria me eximir de comentar o texto, mas como conheço parte da sua história e sempre o considerei um companheiro, me arriscarei, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado (as coisas em alagoinhas estão tão complicadas que tudo é motivo para incompreensões).

Para mim as comparações foram, no mínimo, infelizes! Apesar de divergir, não entrarei aqui nos detalhes (isso seria outro texto) porque não acho isso o mais importante. Tentarei, humildemente, tecer comentários sobre o contexto que o inspirou a escrever tal texto.

Historicamente, as eleições sempre deixam marcas nem sempre cicatrizáveis. Em Alagoinhas, o nível de turbulência interna dependia de 2 fatores(pelo menos desde que eu me tornei militante e dirigente): do resultado das urnas e da postura da direção no pós-eleição. Foi assim em 1997, quando a derrota de 1996 desarticulou a direção partidária e 2 visionários (infelizmente um possuía visão apenas pessoal) conseguiram reorganizar o funcionamento do PT. Ainda assim, uma grande baixa ocorreu com o pedido de desfiliação de um ex-candidato a vereador. Os processos anteriores também trouxeram crises internas e desfiliações. Entre 1998 e 2007, lembro-me apenas de uma desfiliação.

O resultado eleitoral é um fato consumado e nada pode ser feito para mudá-lo. O diferencial é a atitude da direção partidária, que tem o papel de avaliar o processo eleitoral (por mais doloroso que tenha sido) e reaglutinar a militância, realimentando a utopia e reafirmando que o projeto partidário é o centro da luta. Essa avaliação deve estar centrada em achar soluções e não procurar culpados ou bodes expiatórios.

As eleições de 2010 mostraram um nível de acirramento interno jamais visto (pelo menos por mim), a despeito da conjuntura extremamente favorável. Também no pós eleição, o estrago interno é sem precedentes, apesar também do resultado favorável! Como entender esses paradoxos???

Com todo o respeito, o seu texto segue a linha de apontar responsáveis (ou responsável) por essa situação. Para mim isso só aprofunda o caos interno. Eu já me coloquei à disposição para pensar soluções e só para isso estarei disponível - jamais me envolverei em disputas internas de grupos ou pessoas.

Enquanto a autofagia consome o partido internamente, Paulo Cézar faz propaganda do seu Governo com as políticas do PT (Governos Estadual e Federal) e pavimenta a sua quase irreversível reeleição...e o que é mais triste...com a nossa colaboração.

Um grande abraço!

Unknown disse...

Companheiro Edinaldo,

Primeiro quero agradecer pela visita e pelo tempo dedicado a dar sua contribuição ao nosso debate, esse é o objetivo do Blog.

Quero ainda deixar claro o grande respeito que tenho por você, a quem chamo de "companheiro" com a verdade que essa expressão carrega.

Respeito, ainda mais, a divergência por você aqui colocada, acho que é ela que trará o amadurecimento que estamos necessitando neste momento difícil e contraditório da nossa história, embora, tenhamos tido muitos êxitos no decorrer do processo, perdemos muito também, e perdemos valores que me preocupam e que me fazem perceber o distanciamento do Projeto que nos motivou um dia.

Sei bem quem são os nossos verdadeiros opositores e/ou adversários, mas me indigna muito vê-los circulando por nosso meio. Às vezes necessito gritar! pra ver se alguém me ouve e enxerga o mesmo que eu ou constatar que estou tendo delírios ermos. Aprendi com meu amado ParTido e com companheiros como você - que é necessário protestar, ir às ruas, se indignar e não se calar diante das injustiças - e é isso que tenho feito.

Conheço bem os processos que o PT passou ao longo da sua história e principalmente em Alagoinhas - apesar de terem sido tempos difíceis - existia uma profunda unidade em busca de algo que estava vivo dentro de todos (as) e que era coletivo. Não dediquei, não dedico e nem dedicarei, meu tempo a nada que não seja equitativo e verdadeiro. Vejo que hoje, boa parte das pessoas envolvidas, quer resolver o seu problema e não construir soluções para os problemas comuns a todos (as).

Companheiro, digito estas poucas linhas com um pequeno sentimento de frustração, porém, com muita força pra continuar na luta e fazer com que a política seja um espaço e uma prática democrática a serviço de todos (as).

Acho importante sua disponibilidade para ajudar a reaglutinar nosso querido ParTido, apesar das desconfianças que existem atualmente entre os diversos agrupamentos internos que temos, e que pra mim, nunca foi algo nocivo, porém, vem se tornando um problema, concordo com você, mas, ainda acredito nesta forma de ajuntamento, que une aqueles que comungam de uma mesma linha de pensamento, inexoravelmente, na perspectiva de contribuir na construção de um Projeto Coletivo, porém, será de grande valia sua contribuição, sempre!

Finalizando este meu comentário, fique a vontade para colocar sua opinião, mesmo que seja um texto rrss, esse espaço é de todos e todas que desejam, democraticamente, encontrar o melhor caminho para concretizarmos os sonhos, sem deixar de buscar no horizonte as nossas utopias, que nos move e nos leva sempre a superação. Enxergo em você parte importante pra tudo isso se concretizar.

Um forte abraço!

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